quarta-feira, 25 de maio de 2011

Inesquecível

Era uma sexta-feira de um feriado prolongado, não era uma sexta-feira 13. O prefeito havia decretado ponto facultativo. Parecia um dia de descanso, de conversa com a familia, de namoro, de encontro com os amigos. Em casa, todos haviam saído. 8 horas da manhã, M levantou tarde, e como de costume foi à casa da avó saborear o delicioso café.
Ficou lá até umas 9:30 h. Voltou pra casa, mas sentia vontade de voltar à casa da vovó.
Lá havia chegado uma prima e mãe da prima. A avó parecia muito alegre. Havia feito uma comidinha deliciosa. Ela adorava ver as pessoas satisfeitas e bem gordinhas. M foi ao supermercado enquanto todos almoçavam. Não  demorou. Uma Tia chamou todas que estavam lá para ir a rua. A avó iria ficar. Insistiram para que M. fosse também, mas ela não quis. Elas saíram. M. sentou no sofá, sabia que precisava ir em casa tomar banho, mas estava sem coragem de sair. Sentia vontade de ficar. Foi até a porta  por duas vezes, voltou e sentou novamente. Depois de um tempo, por volta das 3:30h da tarde ela disse a avó que iria em casa tomar banho e dormir um pouco. Disse também que antes de sair  voltaria lá, já que estava planejando sair com o namorado.Um dia de conversas e alegrias.
M. foi levada ao portão pela avó que disse a ela "dorme mesmo pra descansar" "vai com Deus"...
Tudo tão normal, parecia ter sido uma boa tarde, de fato, até aquele momento havia sido uma boa tarde.
Pouco menos de uma hora depois, lá estava M indo encontrar com o namorado, mas antes iria dar tchau a sua avó.Quando de repente encontrou uma vizinha apavorada dizendo que a avó, a sua amada avó havia passado mal. M. ficou sem saber o que fazer. Começou a chorar, tentou ficar calma, avisou a todos que lembrou. Entrou na casa da avó, viu os óculos caídos ao lado da pia, pegou-os colocou sobre a mesa, foi ao guarda-roupa pegou uma roupa para levar ao hospital, afinal M. queria que sua avó saísse bem arrumadinha do hospital. M. pensou, desnorteada, acabou deixando pra lá. Uma vizinha vendo M. naquele desespero, chorando disse que a avó dela estava bem, ja estava sendo atendida, mas M. queria vê-la. Ela saiu correndo, chegou ao ponto de ônibus rapidamente, pegou o ônibus e foi em direção ao hospital, mas no caminho uma noticia desmanchou,  aquela senhora de 75 anos, cabelos grisalhos, tão serena, inteligente, amável e amada havia falecido. Aquele dia, aqueles momentos... tudo ficou na memória. A última conversa, o último adeus.

04 de junho de 2010

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