sábado, 21 de novembro de 2009

NOSTALGIAS

SENTI SAUDADES DAS COISAS SIMPLES
DOS MOMENTOS ÚNICOS
DA ALEGRIA EFÊMERA
ETERNIZADOS NA MEMÓRIA
REVIVIDOS POR LEMBRANÇAS...

QUÃO AGRADÁVEL
É FECHAR OS OLHOS
E REVIVER ESSES INSTANTES...
ÚNICOS,
INIGUALÁVEIS!

O GALO CANTANDO
PARA ANUNCIAR
MAIS UM PRESENTE DE DEUS,
O NASCER DE UM NOVO DIA!
UMA NOVA PÁGINA DA VIDA!

O MUGIR DA VACA
E O DESPERTADOR TOCANDO,
HORA DE LEVANTAR.

O CAFÉ POSTO NA MESA
O DIA CLAREANDO.
CORRER ATRAS DOS SONHOS,
SAIR PARA ESTUDAR.

JÁ COM A TERRA AQUECIDA
VOLTAR PRA CASA,
ALMOÇO PRONTO,
OS PÁSSAROS EM BUSCA DE SOMBRA,
E ALGUEM SAINDO PARA TRABALHAR...

AO ENTARDECER UMA BICICLETA
ERA AVISTADA,
CORAÇÃO PULSANDO FORTE,
A VOLTAR ELA JÁ ESTAVA!

UM PACOTE DE BOLACHA,
PEQUENOS DOCES,
E ALEGRIA RETOMADA NA CASA!

ANOITECEU,
O BOTIJÃO ACABOU,
É HORA DE DORMIR...

E ASSIM O GALO CANTOU...
MAIS UMA VEZ....

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

APRENDENDO COM A VIDA...

Aprendi que posso estar sozinha,
mas não posso viver só.
Aprendi que se eu escolher a vingança,
vou sofrer uma vez mais,
e é o perdão que nos traz a paz!
Aprendi a valorizar as coisas antes de perder,
e que nas dificuldades eu me supero.
Enxerguei que o amor é o maior dos sentimentos,
so ele pode transformar em alegria os nossos piores momentos.
Aprendi que não basta apenas sonhar e esperar,
é necessário ter força pra lutar.
Aprendi que falar a verdade machuca,
mas dói de uma vez só.
Aprendi a sobretudo a compreender a simplicidade da vida,
a enxergar a felicidade nas pequenas coisas,
Compreendi que nem todas as lágrimas são verdadeiras,
nem todos os sorrisos sinceros,
nem todo colega é amigo,
e que os amigos de verdade são leais.
Aprendi ainda que,
por mais que o tempo passe,
Aprendi que, ainda não aprendi.
Aprendi que falta muito para aprender.
E só com o tempo aprenderei :
a superar dificuldades,
encarar a realidade... e que por mais alto que eu esteja
eu posso cair,
e nessa queda voltar com mais força...
E aprender que EU POSSO IR MAIS ALTO!

"Mayara"

Coisas da vida...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

LER DEVIA SER PROIBIDO

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.


In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp.71-3.

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